Cão de fila de São Miguel
Data do século XVI a primeira referência à existência de cães de fila nos Açores, nomeadamente na ilha de S. Miguel. O facto das ilhas açorianas terem uma propensão natural para a exploração pecuária de gado bovino, conduziram à criação de uma raça canina especialmente dotada para a faina de conduzir e defender este gado.
Ainda que os cães hoje existentes descendam de exemplares de mastins e alões levados do continente pelos colonos desde o tempo do infante D. Henrique e posteriormente tenha sido introduzido sangue dos ingleses Mastiff, Bulldog e Dogue de Bordéus francês, resultado dos contactos marítimos com estes povos, existe hoje uma raça bem definida com características morfológicas e temperamentais muito concretas.
Usado essencialmente na condução do gado bovino leiteiro que existia no arquipélago, é interessante ver a forma como mobiliza um animal. Foi também treinado como cão de montaria para a caça ao javali. O seu temperamento agressivo e a sua coragem fazem dele um potencial exemplar muito apreciado para este fins.
O seu estalão data de 1984 mas falta ainda o seu reconhecimento internacional pela FCI (Fédération Cinologique Internacionale) que exige a existência de um mínimo de registos de animais, de gerações e a homogeneidade morfológica dos exemplares. Quanto ao registo no LOP, tem que existir uma das seguintes condições: progenitores registados no LOP; três gerações de ascendentes registados no RI ou classificação de “excelente” em Exposição Nacional os Internacional, tendo o animal os progenitores registados no LOP.
Dado que a raça foi recentemente tornada pública, compreende-se a dificuldade de acesso. Apesar de tudo os exemplares ultrapassaram, em 1994, os 71, o que denota um crescimento acentuado desta raça. O cão de Fila de S. Miguel é muito rústico nascendo e vivendo no campo junto do gado que justifica a sua existência
Temperamento
Cão de gado por excelência, é ainda um bom guarda de propriedade e de defesa pessoal. Muito inteligente e com grande aptidão para aprender. De temperamento ardente e voluntarioso pode ser agressivo para estranhos embora seja dócil para o seu dono. Dadas as suas características temperamentais não é aconselhável para o não iniciado nas lides cinófilas.